Infecções Relacionadas a Assistência em Saúde (IRAS) constituem-se em um dos mais importantes problemas de saúde pública no mundo, apresentando entre seus principais causadores a E. coli. A ocorrência e disseminação de cepas de E. coli produtoras de ?-lactamases de espectro estendido (ESBL) é fonte de grave preocupação, pois são resistentes a múltiplas drogas e uma ameaça em hospitais por causarem infecções de difícil tratamento. Este estudo objetivou detectar os fatores de virulência presentes e a produção de ?-lactamases de espectro estendido em isolados de E. coli responsáveis por infecções hospitalares no Vale do Rio São Francisco. Foram utilizados 44 isolados de E. coli de pacientes com infecções hospitalares, previamente caracterizados quanto ao perfil morfológico, bioquímico e de resistência antimicrobiana, com auxílio do sistema automatizado BD Phoenix™ 100.Duas cepas padrão de E. coli foram também utilizadas neste estudo. A virulência foi avaliada pela detecção de ?-hemolisina e teste de hidrolise de gelatina. Para a detecção de ?-lactamases realizou-se previamente uma triagem dos isolados que foram classificados como sensíveis; intermediários e resistentes. Isolados resistentes foram adicionados aos discos de Amoxicilina + ac. Clavulânico 30µg; Aztreonam 30µ; Ceftazidima 30µg; Cefotaxima 30µg e Ceftriaxona 30µg para visualização da “zona fantasma” indicativa da produção de ?-lactamases. Dos isolados testados 18% (N= 8/44) foram positivos para produção de ?-hemolisina, causando hemólise parcial do meio; 0% (N= 0/44) promoveram hidrólise da gelatina e 18% (N= 8/44) produziram ?-Lactamases. Conclui-se que cepas patogênicas de E coli causadoras de infecções hospitalares no Vale do Rio São Francisco são produtoras de toxinas (?-hemolisina) e de ?-lactamases de espectro estendido, sendo a produção de ambas fortemente correlacionada. Estes achados contribuem para a compreensão dos mecanismos envolvidos no desenvolvimento da patologia, permitindo escolhas mais eficientes para o tratamento de infecções por E. coli e a adoção de estratégias para prevenir sua disseminação hospitalar.