Os antimicrobianos são frequentemente usados de forma irracional. Estudos realizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), referentes ao ano de 2012, evidenciaram que a problemática do uso indiscriminado de medicamentos não é exclusiva do Brasil, demonstrando que 2/3 dos antimicrobianos são usados sem a prescrição médica em muitos países. Assim, o estudo visa avaliar as prescrições de antimicrobianos em uma farmácia comunitária localizada em uma cidade na zona Norte do Ceará. O estudo foi realizado, em uma Farmácia Comunitária, localizada na zona Norte do Ceará (CE) e trata-se de um estudo descritivo, transversal com abordagem quantitativa. Foram obtidas 50 prescrições de antimicrobianos dispensadas na farmácia, durante os meses de maio e junho de 2016 e durante a coleta de dados foi utilizado um formulário. Nas prescrições com indicação da especialidade, os prescritores mais prevalentes no estudo foram: clínicos gerais (62%), ginecologistas (18%) e oftalmologistas (8%). Além disso, apenas uma receita foi prescrita por enfermeiros. O período do tratamento não estava expresso de forma clara em 64% das prescrições analisadas neste estudo. A falta da prescrição de medicamentos pela denominação comum brasileira (DCB) demonstra uma falha na divulgação e conscientização na adesão pela DCB e consequentemente um comprometimento no acesso a medicamentos, de acordo com o estudo realizado, os resultados mostraram que 54% das prescrições analisadas foram prescritas pela Denominação Comum Brasileira e 46% pelo nome fantasia, o que demonstrou que a maior parte das prescrições estava dentro da conformidade exigida. A pesquisa apontou ainda que 60% das prescrições analisadas apresentavam-se legíveis, enquanto que 40% apresentavam critérios de ilegibilidade. Os achados enfatizam a necessidade de investir em políticas públicas, tais como implantar a atenção farmacêutica na farmácia comunitária em estudo, contribuindo para o desenvolvimento e difusão de ações em prol da saúde coletiva.