As atribuições do PS reafirmam seu papel como alicerce dos serviços de saúde no país. Sabendo disso, mudanças em suas políticas de gestão e gestão podem ter impactos diretos em sua estrutura organizacional. Dentre as diversas mudanças ocorridas desde sua criação, dentre as mais discutidas estão as políticas de financiamento, que sofreram diversas modificações ao longo da história. Este estudo tem como objetivo realizar um ensaio reflexivo sobre o cenário dos indicadores da assistência pré-natal no Brasil e os impactos na consolidação do novo modelo de financiamento da APS. Trata-se de um ensaio teórico, de caráter reflexivo, que busca formular discussões sobre o novo modelo de financiamento da Atenção Básica e do Pré-natal, com base nas produções científicas sobre os temas. Foram discutidos questionamentos sobre os indicadores de desempenho voltados à saúde da gestante e as fragilidades que os permeiam, a saber: a proporção de gestantes com pelo menos seis consultas de pré-natal; a proporção de gestantes que realizaram exames para sífilis e HIV e a proporção de gestantes que receberam atendimento odontológico. Dentre as principais fragilidades encontradas, destacamos a dificuldade dos profissionais em atrair mulheres no primeiro trimestre de gestação, refletindo na desigualdade de acesso aos serviços básicos; o nível de escolaridade e baixa renda das gestantes e a falta de profissionais capacitados para atender a grande demanda das unidades de saúde. Esses fatos demonstram a necessidade da formulação de novas ações e políticas de saúde que visem dar suporte profissional e estrutural aos serviços de pré-natal para a melhoria da atenção à saúde da gestante e do desempenho de seus indicadores e, consequentemente, potencializar a arrecadação de recursos financeiros.