Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) são doenças recorrentes no cenário mundial, acometendo a genitália e outros sítios anatômicos, incluindo a cavidade oral, fato esse que pode ser desconhecido pela população. Nesse contexto, adolescentes se destacam pela maior vulnerabilidade e exposição às IST e doenças bucais. Diante do exposto, o estudo objetivou associar os aspectos socioeconômicos, os cuidados em relação à cavidade oral e o conhecimento sobre as IST e sua relação com a saúde bucal de adolescentes de um município cearense. Trata-se de um estudo transversal e analítico, realizado em maio de 2019, e conduzido com adolescentes com idade entre 14 e 19 anos, de uma escola de ensino médio localizada no município de Aracoiaba-Ceará. Após consentimento dos estudantes, foi aplicado um questionário desenvolvido pelos autores e os dados foram devidamente tabulados e analisados. Dos 102 participantes, 52,94% eram do sexo feminino, 52,94% admitiam que as lesões orais poderiam indicar IST e 79,41% desconheciam as possíveis alterações que poderiam ser detectadas pelo autoexame da cavidade oral. Observou-se uma relação significativa entre ser estudante com renda superior a um salário mínimo e não ter a percepção de que lesões orais podem indicar IST, assim como não ter companheiro e desconhecer as IST. Concluiu-se que os adolescentes, embora apresentassem condições financeiras desfavoráveis, tinham boa autopercepção da saúde bucal e hábitos adequados de higiene oral. No entanto, desconheciam as alterações na cavidade oral ocasionadas por algumas IST e a forma de transmissão dessas infecções. Sobre associações, o sexo feminino admitiu lesões orais como indicativo de IST, contrariamente ao concebido pelo participante com renda superior a 1 salário mínimo. O estudante de menor idade se associou à prática do autoexame bucal e o com condição de estado civil sem companheiro se associou ao desconhecimento de IST