A orelha interna é o compartimento mais medial e profundo do aparelho auditivo, contemplando estruturas neurossensoriais responsáveis pela audição e pelo equilíbrio. Situada dentro do osso temporal, bilateralmente, os diversos segmentos e subdivisões da orelha interna fazem com que a compreensão da sua anatomia e da sua fisiologia seja um desafio para muitos médicos e estudantes de Medicina. Durante o curso de Medicina, frequentemente há pouca vivência por parte dos estudantes na área de Otorrinolaringologia, portanto, aliada à complexidade anatômica e fisiológica das estruturas compreendidas por essa especialidade, a escassa vivência dos alunos torna ainda mais desafiador o entendimento das funções da orelha interna. Considerando esse cenário, é essencial que haja um estímulo à melhor compreensão, ainda que básica, acerca dos conceitos fundamentais da anatomia e da fisiologia da orelha interna, uma vez que essa estrutura está interligada a diversos outros sistemas orgânicos, sendo queixa recorrente dos pacientes na prática médica, tanto em ambulatórios especializados quanto na atenção primária à saúde. Perda auditiva, doença de Ménière, vertigem, zumbido, labirintite, neurite vestibular, doenças metabólicas e fístulas, por exemplo, são algumas das condições associadas a alterações desse compartimento do aparelho auditivo: conhecer a fisiopatologia dessas afecções a partir do entendimento do funcionamento normal da orelha interna significa ampliar as possibilidades de diagnósticos diferenciais para uma maior precisão na identificação de doenças, visando garantir uma melhor prática médica e um maior benefício aos paciente.