O Século XXI consolida-se como o da era da diversidade. A pobreza, os conflitos étnicos, religiosos e políticos levam à criação de um fenómeno de migração no mundo, onde as pessoas viajam e transportam a sua história e cultura para outras latitudes em busca de refúgio e melhores oportunidades de vida. Este é o novo panorama mundial, em que a diversidade cultural de cada país é marcada por singularidades culturais o que coloca grandes desafios aos profissionais de saúde, porque não só é difícil compreender os valores, as crenças, as tradições e as práticas de saúde das pessoas de quem cuidam, mas acresce a preocupação com o pouco êxito na adesão aos tratamentos ou até a rejeição a procedimentos que envolvem práticas de higiene, normas sociais ou atitudes que promovam estilos de vida mais saudáveis em populações migrantes. A capacitação e formação no exercício da competência cultural permitiriam que os profissionais de saúde, reconhecessem a própria procedência cultural e a dos seus clientes. Apreciar e ser sensível à forma como as pessoas compreendem e enfrentam os processos de saúde/doença e o impacto dos mesmos nos indicadores de saúde, facilitaria a construção de propostas de cuidados de saúde assentes nas crenças e valores das pessoas, as potencialidades que demonstram, recriam um Cuidado de Saúde com significado e aceitação por parte dessas mesmas pessoas. Consideramos que o desenvolvimento de competências que levem à prestação de um Cuidado de Saúde Culturalmente Competente, deverá (poderá) constituir uma característica fundamental na formação do profissional. O profissional de saúde, deverá ser capaz de saber refletir, raciocinar e agir centrado no cliente (pessoa, família, grupos), nas novas problemáticas de saúde que decorrem das profundas e permanentes mudanças sociais e no desenvolvimento de competências de intervenção no processo de cuidar ao nível da relação dual, interpessoal e grupal a imigrantes, na perspectiva da prestação de cuidados de saúde culturalmente competentes.