A obesidade é uma doença que atinge diversas pessoas e que pode trazer inúmeros prejuízos à saúde do indivíduo, podendo ser causada por fatores genéticos, má alimentação, estilo de vida sedentário, fatores psicológicos, entre outros. Dentre os tratamentos para a obesidade está o medicamentoso por anorexígenos, uma intervenção indicada quando o paciente não alcança resultados satisfatórios com outros tratamentos. No Brasil, há regulação para a dispensação destes medicamentos, contudo, o país é um dos maiores consumidores de anorexígenos no mundo. Portanto, o objetivo deste estudo foi analisar o consumo de medicamentos anorexígenos anfepramona, femproporex e sibutramina dispensados em farmácias de manipulação no estado do Espírito Santo - ES no período de janeiro de 2019 até agosto de 2021. Para isto, foram analisados dados de acesso público da Agência Nacional de Vigilância Sanitária de Venda de Medicamentos Controlados e Antimicrobianos - Medicamentos Manipulados. Sendo assim, o estudo observou que o anorexígeno mais consumido durante o período foi a sibutramina (46%), seguida pelo femproporex (35%) e a anfepramona (19%). Apesar do maior consumo de sibutramina no período, a análise mensal de venda do fármaco apresentou tendência de queda no período, enquanto o femproporex apresentou tendência de aumento, sugerindo uma inversão no consumo dos anorexígeno, com diminuição no consumo da sibutramina, e um aumento no consumo de femproporex, que tem maiores efeitos adversos. Além disso, o estudo observou maior consumo de anorexígeno nos municípios de Vila Velha, Vitória, Serra e Cachoeiro de Itapemirim, e em alguns municípios mais afastados da região metropolitana do Espírito Santo, demonstrando uma interiorização da farmacoterapia por anorexígenos no estado. Apesar do uso dos anorexígenos no tratamento da obesidade ser defendida por prescritores, o uso destes medicamentos deve ser feito com cautela, já que apresentam contraindicações e efeitos colaterais graves, como dependência. Desta forma, torna-se fundamental a compreensão do papel do farmacêutico no uso racional dessas substâncias.