INTRODUÇÃO: A pneumonia representa um processo infeccioso do parênquima pulmonar, podendo ser causada por diversos agentes infecciosos bacterianos, virais e fúngicos. Podendo ser manejada de forma ambulatorial, na maioria dos casos, a moléstia, quando abordada precoce e corretamente, não deve evoluir para quadros de maior gravidade. Todavia, responsável por 14% de todas as hospitalizações no ano de 2017, essa patologia, elencada na lista de Condições Sensíveis à Atenção Primária (CSAP), tem mantido-se responsável por elevados números de internações, gastos em saúde e evidenciado falhas na Atenção Primária à Saúde (APS) do nosso país. METODOLOGIA: Estudo de série retrospectivo, quantitativo e transversal que avaliou os dados epidemiológicos relacionados às internações provenientes de pneumonia no Brasil, no período cronológico de Julho de 2020 a Julho de 2023. As informações foram coletadas do banco de dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH-SUS). RESULTADOS E DISCUSSÃO: No período compreendido pelo estudo, ocorreram 1.562.845 internações por pneumonia no Brasil. No espaço de tempo entre Julho e Dezembro de 2020, ocorreram 162.275 internações, representando uma parcela de 10,3% do total observado. Em 2021, tivemos no Brasil 360.954 (23,6%) hospitalizações, seguido por 639.453 (40,9%) em 2022. Já de Janeiro a Julho de 2023, há registro de 400.163 (25,6%) internações no país. Percebe-se um aumento expressivo no número de pacientes que necessitaram da atenção terciária por pneumonia nos últimos anos, com o período de Janeiro a Dezembro de 2022 destacando-se como o de mais internações. Com estes dados, evidencia-se uma ineficácia progressiva da APS na precoce abordagem e resolutividade da doença no Brasil. CONCLUSÃO: Através do estudo epidemiológico das hospitalizações por pneumonia no Brasil, evidencia-se a falha da APS em corretamente manejar a doença respiratória no nível primário do sistema de saúde e entende-se de que forma estão distribuídas estas falhas em território nacional.