O câncer de colo de útero é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. O estudo objetivou determinar o perfil clínico-epidemiológico das mulheres acometidas por esse câncer atendidas em um hospital público de oncologia em São Luís-Maranhão. Trata-se de uma pesquisa descritiva, transversal, com uma abordagem quantitativa, realizada com 39 pacientes do setor de quimioterapia. Foram coletados dados sobre aspectos sociodemográficos e clínico-epidemiológicos dos pacientes, por meio de entrevista e coleta de dados nos prontuários. As variáveis categóricas apresentadas por meio de frequências e porcentagens e as quantitativas por meio de média e desvio padrão (média ± DP). Testou-se a normalidade das variáveis pelo teste de Shapiro-Wilk. A faixa etária predominante foi de 50 a 59 anos, sendo 5,13% dos casos em mulheres até os 30 anos, cor não-branca, estado civil solteira, ensino fundamental incompleto, renda mensal menor que um salário mínimo, a maior parte residiam no interior do Estado e referiram serem trabalhadoras rurais. O tipo histológico mais identificado foi carcinoma, estadiamento IVA. A idade de realização do primeiro exame de Papanicolau foi 32 ± 14,1 anos e o ínicio da vida sexual 17,4±3,63 anos. O tratamento com quimioterapia foi o mais evidenciado e 62% das mulheres fizeram uso de anticoncepcionais em algum momento da vida. Eram eram ex-tabagistas, tiveram três ou mais filhos, o principal protocolo de quimioterapia foi carboplatina + paclitaxel e as reações adversas mais autorrelatadas: alopecia, náuseas e vômitos, dores musculares e fadiga. Os resultados alcançados corroboram as produções científicas atuais, demonstrando a necessidade de novas estratégias das políticas de saúde relacionadas a prevenção, sobretudo ações de educação em saúde e a importância do rastreamento e diagnóstico precoce do câncer de colo de útero no Estado do Maranhão.