INTRODUÇÃO: As desordens depressivas aparecem entre os principais fatores para a diminuição da saúde mundial nos últimos 30 anos (61%). A pandemia da COVID-19 reforçou os cuidados à saúde mental em nível global, tendo em vista as alterações na performance social decorrentes das medidas de enfrentamento para evitar o adoecimento e o óbito, fato que favoreceu o desencadeamento ou o agravamento dos transtornos mentais. As epidemias podem acentuar a vulnerabilidade das populações que já se encontram sobrecarregadas pela elevada carga de doenças, tendo grande potencial de continuar moldando o cenário da saúde pós pandemia. METODOLOGIA: Trata-se da apresentação das estimativas do estudo Global Burden of Disease (GBD Compare), para o ano de 2019, tendo como causa as desordens depressivas, em escala global, no Brasil e em Santa Catarina. Para esta estimativa inclui-se todas as faixas etárias. O estudo GBD é fruto de uma parceria com o Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME) da Universidade de Washington (EUA) e utiliza metodologia padronizada para 195 países para o cálculo de indicadores e intervalos de incerteza, baseada em dados de diferentes tipos de estudo. RESULTADOS: Observou-se que em nível mundial, as desordens depressivas foram responsáveis por 1,84% (1,36%-2,38%) do total de DALYs e por 5,37% (4,26%-6,73%) do total de YLDs. Para o Brasil, as desordens depressivas foram responsáveis por 2,45% (1,85%%-3,11%) do total de DALYs e por 6,06% (4,82%-7,62%) do total de YLDs. Em se tratando de Santa Catarina, as estimativas para as desordens depressivas foram mais altas, 3,32% (2,47%-4,26%) do total de DALYs e 7,53% (6%-9,48%) para YLDs. DISCUSSÃO: O aumento no índice do impacto da COVID-19 e nas taxas de infecções diárias foram fortemente associadas ao aumento nas prevalências de transtornos depressivos, além da ansiedade, estresse, transtorno de pânico, insônia, medo e raiva, bem como estresse pós traumático. CONCLUSÃO: Considerando os dados apresentados estimados em 2019, destaca-se a importância de refletir sobre o impacto da pandemia nas desordens depressivas, analisando sobre o possível aumento na prevalência das mesmas, ressaltando a importância de ações voltadas ao cuidado relacionado à saúde mental da população, para controle e/ou redução no pós-pandemia.