O olho seco ou ceratoconjuntivite sicca (KCS), doença multifatorial das lágrimas e da superfície ocular, é uma das condições mais frequentes na prática oftalmológica. Acredita-se que mais da metade da população possua algum grau de secura ocular, seja essa decorrente de doenças autoimunes, de alergias, do uso frequente de telas ou do uso de medicamentos. Geralmente, o problema advém da hiposecreção lacrimal ou do aumento da evaporação. Sua principal etiologia autoimune é a Síndrome de Sjögren (SS), patologia que acomete principalmente as glândulas exócrinas salivares e lacrimais. Essa, provoca além de lesão estrutural, dano funcional às glândulas, provocando sintomas de secura. Destarte, o estudo objetiva avaliar os aspectos fisiopatológicos, clínicos, diagnósticos e terapêuticos que atualmente são usados no conhecimento da xeroftalmia na SS. Foi realizada uma revisão bibliográfica, de caráter descritivo e qualitativo, com dados de estudos publicados nas bases de dados SciELO, PubMed e LILACS no período 2004-2020, em que verificou-se a convergência por parte dos especialistas quanto a importância do diagnóstico precoce e rápido início do tratamento sintomático (principalmente com lágrimas artificiais) para otimizar o prognóstico e, consequentemente, a qualidade de vida do paciente. O diagnóstico do quadro é feito através de testes oftalmológicos específicos - teste de Schirmer, tempo de rotura do filme lacrimal e uso de corantes na avaliação da superfície ocular. Contudo, concluiu-se que os novos conceitos a respeito dessa condição têm sido apresentados, porém ainda não há um tratamento curativo para o olho seco na SS.