A hanseníase é uma doença infecciosa e atualmente encontra-se dentre as principais doenças negligenciadas no Brasil e em todo o mundo. O estado de Mato Grosso tem se destacado no âmbito nacional devido ao alto índice de notificações e o controle da doença no estado é um problema que tem permanecido ao longo dos anos. Assim, objetivo deste estudo foi analisar a caracterização sociodemográfica e clínica dos casos de hanseníase notificados na região do Médio Araguaia no estado de Mato Grosso (MT). Trata-se de um estudo transversal, quantitativo do tipo retrospectivo. Foram incluídos 14 municípios localizados na região do Médio Araguaia-MT e os dados referentes às variáveis sociodemográficas e clínicas dos casos foram obtidas por meio do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN). No total foram notificados 4095 casos de hanseníase, sendo a maior ocorrência em homens (n=2062; 50,4%), indivíduos de cor parda (n=2064; 50,4%), com idade entre 15 e 59 anos (n=3045; 74,4%) e com baixa ou nenhuma escolaridade (n=1852; 45,2%). A forma clínica predominante foi a Dimorfa (n=2981; 72,8%) com identificação de 7606 (31,6%) pacientes com 5 a 10 lesões cutâneas e 1621 (39,6%) pacientes que possuíam de 1 a 4 nervos afetados pela doença. Os resultados demonstram números elevados de notificações e evidencia que muitos pacientes sofrem com as consequências da doença na região do Médio Araguaia. Sendo assim, percebe-se a necessidade do desenvolvimento de estratégias para controle da doença, principalmente em relação ao diagnóstico e tratamento precoce para que possa ser reduzido o agravamento e as incapacidades que podem ser provocadas pela hanseníase.