A febre amarela, uma arbovirose imunoprevenível transmitida por mosquitos dos gêneros Aedes, Haemagogus e Sabethes, apresenta elevada letalidade em suas formas graves. A vacinação é a principal forma de prevenção, com eficácia superior a 98%. Este estudo analisou o impacto da cobertura vacinal sobre os óbitos por febre amarela no Brasil, utilizando dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) de 2000 a 2022. Os resultados mostraram variações significativas na cobertura vacinal ao longo do tempo e entre Regiões. No Sudeste, o aumento da cobertura vacinal de 2016 a 2019 coincidiu com um aumento temporário de óbitos, possivelmente devido a campanhas reativas aos surtos. Comparativamente, as Regiões Norte e Centro-Oeste apresentaram queda na cobertura vacinal, enquanto as Regiões Sul e Sudeste mostraram um aumento significativo, refletindo a eficácia das campanhas de vacinação. A análise de tendências indicou que áreas com alta cobertura vacinal tiveram menos óbitos. Contudo, a manutenção de alta cobertura é essencial para prevenir surtos, especialmente em áreas urbanas onde o mosquito Aedes aegypti facilita a disseminação do vírus. A prevenção eficaz requer cobertura vacinal de 80% em áreas de risco, alinhada às estratégias como campanhas de vacinação, integrar ações de vigilância, educar a comunidade e priorizar populações vulneráveis para alcançar e manter a cobertura ideal.