A gravidez é a fase do ciclo da vida humana no qual a mulher assume o papel de gerar uma nova vida oriunda do encontro das células sexuais masculina e feminina. Dentre os determinantes sociais que atingem a gestação e maternidade está o cárcere devido a participação e /ou atuação da mulher em delitos. A necessidade de reclusão no ciclo-gravídico puerperal pode ser um problema caso as necessidades e peculiaridades do binômio materno-fetal não sejam devidamente assistidas. Assim, objetivou-se analisar na literatura a realidade de mulheres no Sistema Carcerário durante o ciclo gravídico-puerperal, enfatizando os desafios enfrentados pelas mesmas. Foi realizada uma revisão integrativa nas bases de dados LILACS, MEDLINE e SCIELO. Para delimitar os achados, foram utilizados trabalhos em idioma português, inglês, publicados entre 2017 e 2021, arquivos originais, completos, disponíveis para acesso na íntegra on-line. Foram excluídas da amostra publicações duplicadas, repetidas entre as bases, incompletas, artigos de revisão, monografias, teses, dissertações e que não envolvessem mulheres grávidas. Foram identificados 225 artigos, dos quais 10 compuseram a amostra final. Foram elencadas três categorias temáticas, a saber: 1) Obstáculos do gestar na prisão; 2) O momento do parto dentro de uma penitenciária; 3) Dificuldades do puerpério na prisão. Através da presente pesquisa foi possível verificar dados alarmantes a respeito da realidade vivida pelo binômio materno fetal nas prisões, haja vista a negligencia de direitos básicos e fundamentais e obrigatoriedade a normas e rotinas duras, que culminam com extenso sofrimento físico em mental para a mãe e o recém-nascido. Foram apontados atrasos propositais no diagnóstico da gestação, ignorância da sintomatologia e quadros patológicos da gestação bem como riscos materno-fetais, consulta de pré-natal deficitárias, profissionais de saúde e segurança descompromissados com o bem estar do próximo, obrigatoriedade de trabalho em todo o período, necessário desmame precoce, tempo de permanência com a criança rompido, alimentação inadequada para ambos entre outras problemáticas vividas dentro das instituições prisionais. Espera-se sensibilizar a sociedade para com os impactos da vida reclusa para o binômio-materno fetal e o surgimento de um olhar mais humanizado para com a situação de saúde deste novo ser e destas mães fragilizadas.