O abuso sexual é definido como práticas sexuais sem consentimento da vítima ou pelo uso da violência. Virtualmente, crianças e adolescentes têm maior possibilidade de sofrerem alguma aliciação, sobretudo nos atuais tempos de pandemia de COVID-19. Objetivo: Esclarecer as formas de abuso sexual infantil, bem como discutir os riscos trazidos pelo isolamento social e o papel da atenção primária frente esses atos. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo na forma de revisão narrativa. O levantamento das referências para embasamento teórico foi feito nas bases de dados MEDLINE, SciELO, ScienceDirect e Google Scholar. Foram incluídos os artigos publicados no período entre 2005 a 2020. Discussão: Cerca de 1.2 bilhão de alunos em 153 países estão fora da escola devido ao fechamento das instituições de ensino para ajudar a conter o avanço do COVID-19. No Brasil, essa pausa na rotina fez com que esse grupo mais vulnerável perdesse o contato com adultos protetores. Infelizmente, estar em casa nem sempre é garantia de proteção das crianças e dos adolescentes. Outra questão preocupante nesse cenário é o aumento do tempo online, que também possibilita a maior exposição das crianças e dos adolescentes a violações, tais como o cyberbulling, o acesso à pornografia, e a aliciação através de mídias sociais para fins sexuais. Conclusão: O combate à violência sexual infantil é uma incumbência do Sistema Único de Saúde, que vai além, velando também os familiares. Em meio a esse delicado cenário, tanto a âmbito do sistema de saúde quanto a nível judicial, faz-se necessário o acolhimento cuidadoso, assim como o tratamento interdisciplinar para a eficácia da saúde física e mental da vítima e demais envolvidos.