Introdução: a cajucultura é a principal fonte de renda da cidade de Barreira, nordeste cearense. Sua produção é baseada no processamento manual e envolve exposição ao líquido da castanha do caju, solução que, quando em contato com a pele dos trabalhadores, possui alto risco de desenvolvimento de dermatite de contato ocupacional, sendo as mãos o local mais afetado. Objetivo: Identificar os casos de dermatite de contato à castanha de caju e descrever as características clínico-epidemiológicas de casos presentes no município de Barreira, Ceará. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, com trabalhadores que realizam o manejo da castanha de caju, que após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão resultou em uma amostra de 100, prosseguiu-se com aplicação de um instrumento semiestruturado para realização da coleta dos dados, que consistia na inspeção da pele dos trabalhadores e preenchimento de um formulário semiestruturado abordando as seguintes variáveis: dados sociodemográficos, comorbidades, antecedentes familiares, queixas dermatológicas. Os dados foram exportados para planilha eletrônica Microsoft Excel? versão 2016 e processado no Programa Estatístico Epi Info, versão 7.2.1.0 for Windows (CDC, Atlanta –EUA). Foram calculadas estatísticas descritivas, incluindo medidas de posição e de variabilidade como média e desvio padrão (dp) para características numéricas, além de frequências absolutas e relativas adequadas às variáveis categóricas. A pesquisa respeitou os princípios éticos contidos na resolução cumprindo a Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde (CNS) (BRASIL, 2012); tendo aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa - CEP da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira. Resultados: Dos 100 trabalhadores entrevistados, a maioria destes relatou que ao entrar em contato com o líquido da castanha de caju, apresentou ressecamento, prurido e descamação da pele nas superfícies cutâneas, além de lesões de coloração mais escura do que a cor fisiológica da própria pele. Considerações finais: apesar do processamento da castanha ser indispensável para subsistência de grande parte dos nordestinos, o manuseio do líquido da castanha de caju se dá de forma insalubre, causando danos na pele dos trabalhadores, que podem ser até mesmo irreversíveis, como a perda da impressão digital.