INTRODUÇÃO: O sarampo é uma doença contagiosa causada por um paramixovírus. Sua transmissibilidade se dá pelo ar, através das vias aéreas superiores. Devido à alta taxa de cobertura vacinal, o Brasil, que dispõe da vacina tríplice viral, eficaz contra sarampo e outras doenças (caxumba e rubéola), em 2002, viu-se livre da doença. Contudo, nos últimos anos, evidenciou-se um aumento exponencial do número de casos de sarampo em Roraima. METODOLOGIA: Estudo epidemiológico, descritivo e quantitativo, sobre a cobertura vacinal de Roraima em relação ao sarampo, por meio de dados de 2012 a 2019, disponíveis no Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) e no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), a partir das variáveis: cobertura vacinal e nacionalidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO: O Brasil foi certificado em 2016 pela eliminação do sarampo, mas posteriormente voltou a enfrentar surtos da doença, como o ocorrido em Roraima em 2017. Até setembro de 2018 foram notificados 481 casos suspeitos de sarampo no estado, dos quais 51,8% eram de nacionalidade venezuelana e 47,6%, brasileira. Percebe-se que houve diminuição na taxa de imunização com o passar dos anos, sendo mais declinante em 2019. CONCLUSÃO: Pela análise dos dados constata-se que o sarampo se tornou reemergente nos últimos anos, principalmente em Roraima, onde a imigração é considerada um fator agravante, pois, segundo o Ministério da Saúde (MS), o genótipo do vírus (D8) presente no estado coincide com o circulante na Venezuela. Portanto, acredita-se que o surto foi resultado de importação. Contudo, também é associada ao surgimento desse surto a baixa cobertura vacinal encontrada no estado. Assim, evidencia-se a necessidade da aplicação das recomendações do MS para a investigação e combate dos casos de sarampo, além da efetivação das políticas de saúde como o Programa Nacional de Imunizações (PNI) a fim de erradicar novamente este vírus do território nacional.