Introdução: Diante do cenário de pandemia que assola o país, as doenças do aparelho circulatório, umas das principais causas de internação do Brasil, não deixaram de ser um relevante problema de saúde pública, mas importantes mudanças no que se refere a taxa de internação podem ter ocorrido. Objetivo: Estimar as taxas de internação por doenças do aparelho circulatório durante o período de pandemia, estipulando um período de análise dos meses de abril e maio, comparando com a tendência histórica de 2011 a 2019, para os mesmos meses, para o estado de Minas Gerais, para a população masculina e feminina. Metodologia: Foram utilizados dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH). Foram calculadas taxas brutas de internação padronizadas pelo método direto, para a população total, e por grupos etários selecionados. A análise estatística foi feita por meio das mudanças percentuais comparativas entre os anos em análise e por meio dos modelos de regressão de Prais-Winsten. Resultados: As taxas brutas de internação por doenças do aparelho circulatório apresentaram importantes reduções em 2020 comparado ao Início da tendência histórica analisada e ao que vinha sendo visto nos anos anteriores. As taxas brutas totais para os homens, por exemplo, diminuíram -18,22% comparando 2011 com 2019 e -35,43% entre 2011 e 2020. Já para as mulheres, as quedas percentuais foram de -26,27% e -45,48%, respectivamente. Quedas foram observadas para todos os grupos etários analisados, em especial aos grupos intermediários, de 15 a 29 e 30 a 59 anos, apesar de que não foram todos os grupos que apresentaram tendência decrescente das internações estatisticamente significativa. Conclusão: Essa análise é fundamental em termos de medidas de planejamento dos serviços prestados e para produção de conhecimento referente a Covid-19, mesmo que o estudo tenha buscado verificar possíveis efeitos indiretos da pandemia.