A automedicação é um elemento do autocuidado em que o indivíduo ingere substância de ação medicamentosa sem prescrição e/ou acompanhamento profissional. Essa prática pode trazer muitos riscos à saúde da população. Este estudo teve como objetivo determinar a prevalência e os fatores associados à automedicação em uma Estratégia Saúde da Família (ESF) do Município de Rondonópolis, MT. Trata-se de um inquérito quantitativo, transversal e prospectivo realizado com usuários maiores de 18 anos cadastrados na área de abrangência da ESF. Considerou-se automedicação aqueles que afirmaram a prática de consumir medicamentos por conta própria, ou seja, sem prescrição de profissional habilitado nos últimos sete dias. Realizou-se o teste de associação pelo Qui-Quadrado e regressão logística múltipla. Foram incluídos 553 usuários, sendo a prevalência de automedicação de 73,96%. Após ajustamento das variáveis, os fatores associados negativamente foram idade, 60 anos ou mais (RP=0,82; p=0,001) e presença de doença crônica diagnosticada (RP=0,89; p=0,035). As classes terapêuticas mais consumidas foram os analgésicos (38,59%) e relaxantes musculares (26,09%). Idosos e portadores de doença crônica tiveram associação negativa com a prática de automedicação. A alta prevalência de automedicação na população estudada sugere a necessidade de adoção de estratégias que promovam o uso racional de medicamentos na ESF.