O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) pode ser definido como padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade causado por multifatores ambientais e genéticos, sendo percebido desde a infância até a vida adulta e que, por sua vez, muitas vezes apresenta-se subdiagnosticado. Diante do interesse recente na temática, a literatura aponta além da baixa procura e da complexibilidade do diagnóstico, para as diferenças entre os perfis de crianças e adultos portadores do transtorno, principalmente em razão da diferença nos principais conjuntos de sinais percebidos que apontem os sujeitos dos dois grupos para o diagnóstico de TDAH e do predomínio do tipo desatento em adultos. É comum que, pela evidência destes sinais serem menos presentes em indivíduos adultos, exista dificuldade no diagnóstico desse grupo, o que implica diretamente no seu tratamento e consequentemente no dia a dia desta população. Frente à problemática apresentada, o presente trabalho, por meio de abordagem qualitativa através de entrevistas semiestruturadas, pretendeu compreender o processo de diagnóstico do TDAH em adultos, com ênfase nas suas dificuldades . Foi evidenciado que a presença do transtorno afeta na maioria das vezes negativamente, podendo influenciar em diversas esferas de seu cotidiano e o diagnóstico tardio contribui para a maior angústia ao longo da vida destes indivíduos. Destaca-se a importância do diagnóstico precoce e a investigação detalhada em meios escolares, clínicos e familiares para que dessa forma, estes indivíduos possam ser identificados e tratados adequadamente desde o início da vida.