O fenômeno persistente do charlatanismo na atenção à saúde é alimentado através da manipulação das emoções, da lógica e da falta de informação. A persuasão é empregada por meio de técnicas retóricas de discurso, disfarçadas sob a aparência fantasiosa de credibilidade acadêmica, enquanto argumentos superficiais são apresentados como verdadeiros a partir de deduções não cientificamente fundamentadas. Nesse contexto, grande parte das pessoas ficam vulneráveis à desinformação e seus frutos, uma vez que a prática charlatã envolve enganar ou ludibriar os outros para obter benefícios pessoais, muitas vezes às custas da saúde ou do bem-estar daqueles que são enganados. Este capítulo apresenta a experiência de acadêmicos de medicina durante o acompanhamento de um paciente, cuja saúde foi gravemente prejudicada por práticas não regulamentadas de auto-hemoterapia. O caso apresentado ressalta a necessidade urgente de uma educação em saúde eficaz e de regulamentações mais rigorosas para proteger o público contra tratamentos prejudiciais. O uso indiscriminado de corticosteróides e a prática de auto-hemoterapia são condenados pelas autoridades de saúde devido aos riscos significativos que representam para a saúde dos pacientes, bem como seu impacto na saúde pública. A conscientização, promovida por meio da educação e atuação intervencionista da Atenção Primária em Saúde, em conjunto com a implementação de políticas regulatórias que visam limitar as práticas terapêuticas não devidamente regulamentadas são cruciais para mitigar os perigos associados ao charlatanismo na área da saúde.