RESUMO: Introdução: O Norte do país, em destaque o Pará, concentra o maior número de acidentes por serpentes do gênero Bothrops (família Viperidae). Áreas rurais preservadas ou desmatadas aumentam a frequência desses acidentes, impactando a saúde pública. Subnotificação, negligência profissional e falta de investimento em prevenção e tratamento são fatores decorrentes desses acidentes. Este trabalho busca levantar dados, discutir dificuldades, soluções e destacar a importância dos profissionais de saúde e da orientação à população frente acidentes botrópicos. Referencial teórico: Serpentes do gênero Bothrops, como a Bothrops atrox (jararaca-do-norte), são responsáveis por grande parte dos acidentes ofídicos na região Norte. Sua peçonha contém toxinas e enzimas que causam grave dano tecidual e hemorragias, desencadeando efeitos locais e sistêmicos, como dor, edema, necrose local e insuficiência renal aguda. A terapia dos acidentes consiste na administração de soro antiofídico (antibotrópico ou polivalente) e primeiros socorros adequados (incluindo antibioticoterapia e profilaxia do tétano). Os principais desafios na saúde pública acerca destes acidentes são a dificuldade de acesso ao tratamento, a subnotificação dos casos e a falta de capacitação profissional. A atuação multiprofissional e a educação em saúde são ferramentas importantes para prevenir acidentes e melhorar o atendimento às vítimas. Metodologia: Enfoca a caracterização do perfil dos acidentes botrópicos na região Norte do Brasil, identificando os principais desafios para o manejo, visando propor medidas para superar esses desafios a partir de uma revisão da literatura realizada nas bases de dados PubMed, SciELO, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), entre os anos de 2001 a 2023. Conclusão: Revela a realidade dos acidentes botrópicos na região Norte, apresentando o impacto na saúde pública. Destaca-se a importância do esforço das autoridades em incentivar a qualificação profissional e promover investimentos estratégicos para combater e prevenir acidentes botrópicos.