As Doenças Cardiovasculares são um tipo de doença crônica não transmissível que alteram o funcionamento do sistema cardiovascular (coração e vasos sanguíneos). Entre os anos 2010 a 2015, estas foram responsáveis por 28% do total de óbitos e um aumento de 55% das internações cirúrgicas. Existem diversas técnicas para realizar reperfusão do miocárdio atingido por essa obstrução, com destaque para a Cirurgia de Revascularização do Miocárdio, que consiste em um procedimento complexo, no qual utiliza-se enxertos de veia safena e artéria torácica para o restabelecimento do fluxo sanguíneo em uma artéria. A infecção hospitalar constitui-se como a complicação mais frequente no pós-operatório, sendo a infecção de foco pulmonar a mais incidente. Diante disso, foi objetivo da presente pesquisa discorrer sobre as características clínicas preditoras de infecção pulmonar em pacientes no pós-operatório de revascularização do miocárdio. Foi realizado um estudo transversal e retrospectivo de pacientes submetidos a cirurgia de revascularização do miocárdio de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de pós-operatório adulta de um hospital referência em cirurgias cardiopulmonares no estado do Ceará, no período de maio a setembro de 2017. Ao final, a amostra totalizou em 51 pacientes. Os dados foram tabulados utilizando o software Microsoft Excel 2016 e em seguida foram importados para o software estatístico IBM-SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) versão 24. Fez-se uso de estatísticas descritivas dispostos em forma de tabela, onde foram contabilizados as frequências e porcentagens das variáveis em estudo. Houve predomínio de idades entre 51 e 70 anos (82,4%). No que diz respeito ao sexo, a maioria pertencia ao sexo masculino (72,5%). A comorbidade predominante foi a Hipertensão Arterial Sistêmica (72,5%), entretanto um percentual significativo (43,1%) possuía Diabetes Mellitus (DM). Quanto aos hábitos de vida, o tabagismo esteve presente em 62,7% dos prontuários avaliados. O tipo de cirurgia em maior quantidade foi a eletiva (70,6%). A quantidade de dias na UTI mais relevante foi de 5 a 7 dias de permanência (64,7%) e o necessário uso de circulação extracorpórea foi identificado em 17 pacientes (33,3%). Cerca de 42 pacientes (82,4 %) desenvolveram infecção pulmonar. Visualiza-se que a relação estatística entre as variáveis de idade e dias na UTI, sendo as associações onde p & #60; 0,05, ou seja, quando maior a idade paciente e o tempo de permanência na UTI, maior será a chance de desenvolver infecção pulmonar, de acordo com o modelo de regressão logística aplicado. Conclui-se que mesmo que maioria dos procedimentos cirúrgicos tenham sido de caráter eletivo, dispensarem uso de circulação extracorpórea e permanência breve na Unidade de Terapia Intensiva, a porcentagem de pacientes que desenvolveram infecção pulmonar neste estudo é alarmante.