A Complexidade sugere um novo olhar na interpretação da realidade, o que exige o avanço no sentido de compreender formas de agir que possam novamente religar os conhecimentos, o contexto e a singularidade das interações. A concepção de saúde e doença como um estado fisiológico binário, ou seja, presença/ausência é uma forma simplista para algo bem mais complexo. A saúde e a doença devem ser encaradas como um processo dinâmico. Dessa forma, o objetivo do trabalho foi resgatar na literatura os principais conceitos sobre o processo saúde-doença que fundamentam a Epidemiologia, na prática e na sala de aula, e traçar paralelos entre estes conceitos e a Teoria da Complexidade de Edgar Morin. Trata-se de uma pesquisa de natureza bibliográfica acerca do processo saúde-doença e a Teoria da Complexidade. Saúde-Doença reflete a conjuntura social, econômica, política e cultural de um grupo ou população. Ou seja: saúde-doença não representa a mesma coisa para todas as pessoas. Dependerá da época, do lugar, da classe social. Portanto, a saúde-doença torna-se um fenômeno coletivo e não, meramente, uma soma de fenômenos individuais: é um fenômeno qualitativamente diferente. Essa nova compreensão do processo saúde-doença passa, necessariamente, pelo entendimento da complexidade. Com vistas a formação integral do estudante da área da saúde, propõem-se a aplicação da teoria da complexidade de Morin, não como metodologia de ensino, mas como mudança paradigmática da concepção do que venha a ser saúde e doença uma vez que, a teoria da complexidade e a epidemiologia têm o objetivo comum de romper com as fragmentações na busca da compreensão integral dos fenômenos complexos. A analogia ordem – saúde, e doença – desordem constitui o maior elo entre teoria da complexidade e epidemiologia, e desta forma, todas as demais complementaridades são apenas uma relação natural entre as características e propriedades de ambas.