Identificar as percepções de usuários da atenção primária à saúde (APS) de municípios da macrorregião do Sudeste Goiano sobre o uso de plantas medicinais e/ou fitoterápicos. Estudo transversal descritivo-exploratório, com dados etnofarmacológicos obtidos através de entrevista, com oito usuários dos serviços da APS. Destes, 100% utilizam plantas medicinais, sendo majoritariamente do sexo feminino (87,5%) e com idade média superior a 59 anos. Todos os usuários afirmam que os trabalhadores da saúde deveriam possuir o conhecimento sobre plantas medicinais, em especial o médico (41,7%). 75% dos entrevistados dizem que os profissionais não indicam nem prescrevem plantas medicinais e/ou fitoterápicos. As espécies vegetais mais utilizadas pelos usuários são o pé-de-perdiz (Croton antisyphiliticus), o algodão (Gossypium hirsutum L.), a camomila (Matricaria chamomilla), e a tranchagem (Plantago major L.). A indicação mais referida de uso dessas plantas foi como antibiótico e calmante. Em destaque, o pé-de-perdiz que é uma espécie nativa do cerrado e faz parte do Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Os achados sugerem que os trabalhadores da APS não têm conhecimento sobre o uso e a indicação das plantas medicinais e/ou fitoterápicos, levantando a necessidade de se investir na formação e na educação permanente em saúde. Evidenciou-se que todos os usuários fazem o uso de plantas medicinais e/ou fitoterápicos, incluindo espécies nativas do cerrado.