Os óbitos infantis por causas evitáveis caracterizam-se como problemas de saúde deveras importantes no estado do Amapá, bem como a nível nacional, uma vez que representam um grave problema de saúde pública, refletindo a qualidade dos serviços de saúde disponíveis, bem como a realidade do cenário socioeconômico. Com aprimoramento das ciências da saúde, muitas patologias passaram a ser melhor compreendidas e tratadas, além da possibilidade de estratégias de prevenção, o que permitiu com que muitas causas de morte, especialmente infantis, passassem a ser evitáveis. Contudo, é possível verificar elevados índices dessas causas no Amapá, representando um evidente retrocesso para os sistemas de saúde e social, necessitando ser investigado com afinco e também de políticas públicas feitas com urgência. As infecções específicas do período neonatal, exceto síndrome da rubéola congênita e hepatite viral congênita, denotam a principal causa evitável no Amapá e nas regiões do globo com elevados índices de mortalidade infantil por causas evitáveis, associado aos desníveis socioeconômicos, a falta de recursos dos sistemas de saúde e a não adoção de boas práticas, condutas e orientações pelos profissionais. Mediante o estudo, notou-se que as mortes por pneumonia constituem uma importante proporção das causas evitáveis de óbito entre indivíduos de 0 a 4 anos, devido a sua predisposição e vulnerabilidade a infecções respiratórias agudas. Dentre as várias causas evitáveis relacionadas pela literatura, e mediante análise dos resultados obtidos por este estudo, nota-se que cerca de apenas 20% delas representam aproximadamente 80% das causas de óbitos infantis por causas evitáveis no estado do Amapá, respeitando, dessa forma, o princípio de Pareto, também denominado de regra 80 e 20. Verificou-se, também, que a presença da hospitalização destacou-se como importante fator prognóstico negativo para a evolução clínica do paciente infantil, associado a manifestações com maior gravidade de doenças. Notou-se, assim, a importância dos estudos epidemiológicos dos óbitos infantis ocasionados por causas evitáveis, uma vez que, ao haver a compreensão da gravidade do problema e de suas respectivas causas, é possível combater de forma aprimorada o cerne da problemática.