A alimentação adequada é essencial para desenvolvimento infantil e para manutenção do bom estado nutricional. Entretanto, o aumento no consumo de ultraprocessados vem propiciando o surgimento de doenças crônicas não transmissíveis e um aumento em parâmetros como peso, índice de massa corporal e circunferência de cintura. Ademais, indica-se que os hábitos alimentares corroboram com o cenário de transição nutricional de desnutrição a obesidade verificado ao longo dos últimos anos. Logo, objetivou-se com esse estudo, verificar como o estado do Piauí se comportou frente aos padrões alimentares e suas repercussões no estado nutricional de crianças. Desse modo, desenvolveu-se uma pesquisa transversal de prevalência utilizando dados da plataforma SISVAN web, contemplando os tópicos, consumo de frutas, verduras e legumes e ultraprocessados e também o estado nutricional considerando IMC/idade em crianças de 2 a 4 anos do estado do Piauí entre os anos de 2019 a 2023. Os relatórios foram tratados por análise estatística por regressão logística. Estes resultados constataram uma queda na magreza acentuada, entretanto, a obesidade e a magreza ainda são expressivas, embora a eutrofia apresente aumento considerável. Dados sobre o consumo alimentar, demonstram uma estabilidade na ingestão de frutas e ultraprocessados, enquanto os legumes e verduras tiveram oscilações notórias ao longo dos anos. Logo, a análise do contexto geral associa o aumento dos casos de obesidade ao consumo de ultraprocessados, que impactam negativamente na condição de eutrofia, a qual não apresentou relação significativa com o consumo de verduras e legumes, mas que sofreu impactos indesejados quando comparado ao consumo de ultraprocessados. Em conclusão, é perceptível que o consumo alimentar teve impacto no estado nutricional, observando-se também que apesar da eutrofia ser a condição mais prevalente, a transição em direção a obesidade, embora ocorra de maneira discreta, também vem ascendendo entre crianças do estado do Piauí.