A alergia à Proteína do Leite de Vaca (APLV) é caracterizada como uma hipersensibilidade alimentar bastante comum em crianças, no qual é desencadeada por uma resposta inflamatória aos alérgenos presentes na proteína do leite de vaca, sendo os principais: a caseína, alfa lactoalbumina e beta-lactoglobulina. Visto a complexidade da temática e os impactos que o diagnóstico de APLV pode causar no crescimento e desenvolvimento da criança, este capítulo tem por objetivo analisar as
informações acerca da alergia à proteína do leite de vaca a fim de servir de respaldo na abordagem de pacientes que apresentem esta condição. A APLV atinge principalmente crianças nos seus dois primeiros anos de vida com a prevalência de 6% em crianças menores de 3 anos. Os mecanismos fisiopatológicos podem ser de três tipos: mediadas por IgE, mediadas por (não IgE) e do tipo mista, que se diferenciam por mecanismos humorais e agudos. Da mesma forma, a sintomatologia varia de problemas digestivos (vômitos, diarréia, sangramento retal, constipação, cólicas e irritabilidade persistente), dermatológicos (urticária, eritema, angioedema e prurido, os mais comuns) e respiratórios, caracterizado pelo início súbito de obstrução brônquica e rinite secundária. Para realização do diagnóstico são relevantes a história completa alimentar e exame físico, além dos testes cutâneos, sanguíneos e provocação oral. Ademais, no tratamento, a dieta de exclusão materna é o mais empregado atualmente e o uso da imunoterapia oral (OIT) tem ganhado destaque nos últimos anos como alternativa. Dada a natureza das complicações que ela pode desenvolver, com o diagnóstico e a terapêutica precoce e assertiva é possível proporcionar melhor qualidade de vida à criança, como também prevenir distúrbios e doenças nutricionais.