Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) são um grave problema de saúde pública, pois atingem 5 a 15% dos pacientes hospitalizados e de 25 a 35% daqueles em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), constituindo-se na quarta causa de mortalidade. Entre os microrganismos envolvidos são citados E. coli e bactérias do grupo das ESKAPE, responsáveis por 42,5% das mortes em UTIs, podendo chegar até a 70%. Assim, este estudo avaliou o perfil de resistência bacteriana em pacientes internados na UTI, Sala de Cuidados Intermediários (SCI) e Clínica Médica (CM) do HU-UNIVASF no período de janeiro a dezembro de 2021. Tratou-se de um estudo documental descritivo do tipo retrospectivo com abordagem quantitativa a partir da análise de hemoculturas, aspirados traqueais e uroculturas. Dados foram organizados em planilhas do Microsolft Excel (Microsoft 365® ) e os resultados analisados utilizando-se análise descritiva com porcentagem simples. Bactérias do grupo ESKAPE e a E coli representaram 72 do total de bactérias isoladas em 2021. K. pneumoniae foi mais frequente tanto na CM (48%) quanto na SCI (39%), enquanto na UTI a frequência maior foi de A. baumannii (33%). Considerando o exame solicitado, houve prevalência de K. pneumoniae nas hemoculturas (53%, N= 724/1337) e uroculturas (59%, N= 988/1681) e de A. baumannii na cultura de aspirados traqueais (38%, N= 1197/3125). Conclui-se que estes resultados são alarmantes pois estas bactérias são nosocomiais, multirresistentes a vários antimicrobianos e ocorrem principalmente em UTIs, que são o ambiente hospitalar mais favorável à ocorrência destas infecções e onde a resistência aos antimicrobianos é o maior problema. Os resultados reforçam a importância do uso adequado e racional de antibióticos, bem como sua indicação apenas por profissionais especializados e após a identificação bacteriana e resultados do antibiograma.