Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) são adquiridas e relacionadas ao cuidado prestado no âmbito das instituições de saúde e vistas como um grave problema de saúde pública, pois propiciam o desenvolvimento de resistência aos antimicrobianos utilizados na sua terapêutica. Os prejuízos sociais e econômicos e o aumento da morbimortalidade resultantes justificam estudos sobre a resistência aos patógenos envolvidos. Avaliou-se o perfil de resistência de bactérias do grupo ESKAPE e de E. coli em pacientes internados na UTI, Sala de Cuidados Intermediários (SCI) e Clínica Médica (CM) do HU-UNIVASF no período de janeiro a dezembro de 2021. Tratou-se de um estudo documental descritivo do tipo retrospectivo com abordagem quantitativa. O perfil bacteriano, de sensibilidade e resistência aos antimicrobianos testados foram estabelecidos através do sistema automatizado BD PHOENIX (M50) em hemoculturas, uroculturas e cultura de aspirados traqueais dos pacientes. Patógenos foram classificados como sensíveis (S), resistentes (R) ou indeterminados (I) aos antimicrobianos. Dados foram organizados em planilhas do Microsolft Excel (Microsoft 365® ) e os resultados analisados utilizando-se análise descritiva com porcentagem simples. Todas as bactérias foram multirresistentes a no mínimo dois (S. aureus) até 14 antibióticos (K. pneumoniae). A resistência bacteriana ocorreu em diferentes níveis, principalmente contra antimicrobianos emergentes consagrados na clínica, como cefalosporinas (cefazolina, ceftriaxona, cefepima, ceftazidima, cefuroxina), carbapenêmicos (ertapenem, imipenem, meropenem), quinolonas (ciprofloxacina), aminoglicosídeos (gentamicina), entre outros. K. pneumoniae foi resistente a carbapenêmicos e cefalosporinas; E. coli a cefalosporina e fluoroquinolona e E. faecium a vancomicina. A. baumannii apresentou multirresistência a 85% dos fármacos, principalmente a cefalosporinas, aminoglicosídeos e carbapenêmicos. Daptomicina, linezolid, minociclina, tigeciclina, vancomicina, ceftarolina, rifampicina, trimetoprim-sulfametoxazol e oxacilina foram excelentes alternativas no tratamento de cepas MRSA. Conclui-se que bactérias do grupo ESKAPE e a E.coli são multirresistentes e este conhecimento contribui para o tratamento de infecções graves e diminuição da seleção de bactérias multirresistentes, assim como para o aprimoramento de medidas de controle e prevenção das IRAS.