As doenças infecciosas continuam a representar desafios globais, com impactos econômicos e sociais significativos. O Carajas vesiculovírus (CARV), pertencente à família Rhabdoviridae, foi isolado pela primeira vez em 1983 na região dos Carajás, Pará, mas seu potencial patogênico em humanos e animais ainda é pouco conhecido. Embora estudos em camundongos neonatos tenham demonstrado que o CARV pode induzir encefalite, a compreensão de seu tropismo viral e comprometimento tecidual em outras espécies e em animais adultos ainda é limitada. O objetivo deste estudo é investigar a ação do CARV em camundongos adultos da linhagem Balb/C, utilizando a histopatologia para identificar o grau de comprometimento tecidual e os possíveis danos causados em diferentes órgãos. A metodologia empregada consiste em uma revisão bibliográfica da literatura científica disponível sobre o CARV, com análise de artigos, monografias e publicações relacionadas à histopatologia viral. Os resultados apontam que o CARV pertence ao gênero Vesiculovirus, o qual inclui vírus que infectam animais domésticos, como equinos, bovinos e suínos, e, ocasionalmente, humanos. Apesar de rara, a infecção humana por vesiculovírus pode causar sintomas semelhantes à gripe ou, em casos graves, encefalite, como observado em casos relacionados ao Indiana vesiculovirus e Chandipura vesiculovirus. No entanto, a transmissão natural e o ciclo do CARV na natureza permanecem obscuros, sendo os flebotomíneos possíveis vetores. Apesar de evidências de infecção em animais silvestres, como o tatu, o ciclo completo do CARV ainda não foi elucidado. Conclui-se que a investigação histopatológica é fundamental para entender melhor a patogenicidade do CARV e seu impacto na saúde pública, especialmente em áreas biodiversas como a Amazônia, onde o surgimento de patógenos emergentes representa um risco crescente. O monitoramento contínuo desses vírus é crucial para prevenir futuras ameaças à saúde global.