Os herpesvírus humano apresentam transmissão por contato direto ou indireto de fluidos corporais contaminados. A varicela e o herpes zoster representam duas manifestações clínicas da infecção pelo vírus varicela zoster ou herpes zoster vírus. O herpes zoster resulta de reativação do vírus varicela zoster, o qual permanece latente em gânglios da raiz dorsal de nervos sensoriais ou de nervos cranianos após a infecção primária pela varicela, vivendo, normalmente, em uma relação harmoniosa com o organismo. O herpes zoster é raro na idade pediátrica, sendo sua incidência aumentada com o avançar da idade e em estados de imunossupressão, sendo menos grave do que em indivíduos adultos. O herpes zoster é uma doença caracterizada pela erupção eritema-vesicular habitualmente limitada a um único dermátomo, surgindo de um a sete dias após a manifestação de dor e hiperestesia localizada. O herpes zoster infantil é visto em indivíduos imunocomprometidos ou em crianças que contraíram varicela primária com menos de seis meses de vida. Na esfera pediátrica, as principais causas da reativação do vírus da varicela incluem a infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), leucemia, doenças auto-imunes e uso de drogas imunossupressoras. O exantema geralmente regride ao final de três semanas e pode ser acompanhado de febre, prurido, irritabilidade, mal-estar geral, hipersensibilidade local, sensação de queimadura e adenopatias regionais. O diagnóstico é eminentemente clínico através da análise das manifestações cutâneas e de sua localização acompanhando o dermátomo. A terapêutica antiviral em crianças saudáveis deve limitar-se a situações específicas: quando se tem exantema moderado a grave, dor intensa e/ou envolvimento dos pares cranianos. O início precoce do tratamento, antes de 72 horas, contribui para a diminuição da formação de vesículas, resolução mais rápida das lesões e melhoria do desconforto local.