Esta obra é uma coletânea de artigos acadêmicos previamente publicados, organizada para oferecer uma reflexão sobre temas da educação no Brasil. Ao longo de suas páginas, o leitor encontrará uma análise das dinâmicas educacionais em diferentes períodos da história, passando desde o Brasil colonial até o regime militar, sempre com foco nas transformações sociais e nas políticas educacionais que moldaram o ensino no país.
Os artigos abordam questões como a exclusão social e racial no contexto educacional colonial, quando a educação formal era acessível apenas às elites, deixando indígenas e negros escravizados à margem do processo educativo. A atuação da Companhia de Jesus e o uso de compêndios escolares filosóficos são discutidos como instrumentos de colonização e dominação cultural, destacando a função da educação como ferramenta de reafirmação de poder.
Outro enfoque da coletânea é a análise do ensino de Filosofia entre 1889 e 1930, período de grandes reformas educacionais e a crescente influência do positivismo. Durante a Primeira República, o controle do currículo e o debate sobre o lugar das humanidades, em especial da Filosofia, nas escolas secundárias, além de suas implicações no acesso ao ensino superior.
O livro apresenta uma reflexão crítica sobre a educação durante o regime militar, com ênfase no impacto do Acordo MEC/USAID e no papel da Comissão do Livro Técnico e Didático (COLTED). A exclusão da Filosofia do currículo obrigatório e a imposição de uma educação tecnicista são discutidas à luz das ideologias que orientaram o controle social através do ensino. Traz analises sobre a criação do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), recursos educacionais abertos (REA) e ainda sobre o Ensino Militar. Ao reunir esses estudos, a obra busca contribuir para o entendimento das continuidades e rupturas no cenário educacional brasileiro.