Os rejeitos de bauxita são criados durante a etapa de clarificação do processo Bayer, responsável pela extração da alumina desse minério, que gera cerca de 0,8 a 1,5 toneladas de rejeitos para cada tonelada de alumina e cujo volume é bombeado em forma de polpa até um reservatório, geralmente em forma de barragem de contenção. A deposição dos rejeitos por via úmida, aliada as altas taxas de alteamento dos barramentos, deixam essas estruturas altamente suscetíveis ao fenômeno de liquefação, mesmo que constituídos por uma fração significativa de partículas em tamanho silte e argila. Tal incidente ocorre quando um aumento repentino de poro-pressões é capaz de anular as tensões efetivas do material, fazendo-o perder totalmente a sua estrutura. A susceptibilidade do material a esse evento pode ser verificada por meio das propriedades de estado, retiradas de ensaios de compressão triaxial. Desse modo, este trabalho tem por objetivo avaliar o potencial de liquefação estática de um rejeito de bauxita e determinar o seu estado crítico. A verificação foi feita por meio de ensaios de triaxiais não drenados, em uma amostra reconstituída com o maior índice de vazios encontrado em campo. O rejeito de bauxita, caracterizado como silte-argiloso de baixa plasticidade, mostrou-se suscetível a liquefação para níveis de tensões menores.