O grande volume de material armazenado, somado às variabilidades intrínseca e de disposição (ao longo do reservatório) dos rejeitos de mineração, explicam a complexidade relacionada às etapas de concepção, operação e fechamento de barragens de rejeito de mineração. Isto é, esses aspectos dificultam a obtenção de parâmetros de comportamento representativos do material depositado e, assim, prejudicam a compreensão do seu comportamento. Tais inconvenientes são acentuados nas barragens alteadas pelo método à montante: os diques de alteamento são assentados sobre o rejeito depositado, o qual eventualmente encontra-se em estado fofo e saturado. Nesse contexto, a fim de ampliar a segurança da atividade mineradora brasileira, introduziramse novas regulamentações proibindo a construção de estruturas desse tipo e demandando o fechamento das já existentes. No entanto, o processo de desativação envolve novos desafios em face da ausência tanto de procedimentos normativos específicos como do registro adequado relativos ao projeto original e suas alterações ao longo da operação da barragem. Ademais, essas estruturas podem não ter sido concebidas para as solicitações decorrentes da remoção de material envolvidas na descaracterização. Portanto, a caracterização dos rejeitos in situ é essencial à garantia de êxito nos processos de descaracterização de barragens à montante. Assim, o presente trabalho avalia a variabilidade existente nos rejeitos dispostos em uma barragem que será descaracterizada por meio de sete ensaios de piezocone (CPTu) realizados em distintos pontos da barragem.