A Resolução nº 95/2022, complementada pela resolução nº 130/2023, ambas publicadas pela Agência Nacional de Mineração (ANM), estabelece a necessidade de implantação do Processo de Gestão de Riscos para Barragens de Mineração (PGRBM) para barragens classificadas com Dano Potencial Associado (DPA) Alto. No PGRBM deverá conter a identificação, análise, avaliação e classificação dos riscos em Aceitável, ALARP (Tão Baixo como Razoavelmente Exequível) e Inaceitável a partir da utilização de metodologias reconhecidas nacionalmente e internacionalmente. Nesse contexto, serão discutidas três metodologias que podem ser utilizadas para análise de riscos geotécnicos e hidrotécnicos, sendo elas o FMEA (Failure Mode and Effect Analysis), em português “Análise de Modos de Falha e seus Efeitos”, Bow Tie e Árvore de Eventos associada à Árvore de Falhas. Essas metodologias podem ser aplicadas de forma isolada ou, até mesmo, podem ser realizadas análises complementares com o auxílio de mais de uma metodologia. A análise FMEA pode ser complementada com a aplicação da Árvore de Eventos, a fim de qualificar numericamente a probabilidade de ocorrência de determinada causa. Ao passo que a análise Bow Tie pode ser realizada, de maneira adicional, para melhor qualificar os controles preventivos e mitigatórios existentes. Sendo assim, cada metodologia poderá ser aplicada em diferentes contextos e espaços temporais, a depender do objetivo de cada análise de risco. No presente artigo será realizada uma breve descrição das metodologias. Adicionalmente, é apresentada uma análise comparativa entre as três metodologias de análise de risco citadas, explorando as vantagens e desvantagens observadas para a qualificação de riscos geotécnicos e hidrotécnicos no contexto da mineração.