O dimensionamento e estimativa da vida útil dos aterros sanitários municipais depende de um monitoramento contínuo dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) produzidos pela população. A amostragem dos RSU é tradicionalmente realizada in loco, por profissionais especializados, que ficam expostos a riscos físicos e químicos. Contudo, uma das medidas governamentais adotadas para lidar com a pandemia COVID-19 foi a determinação de quarentenas obrigatórias. Tais quarentenas, executadas no intuito de reduzir expressivo número de infecções e óbitos, deixaram lacunas de informações no monitoramento dos RSU gerados em uma importante capital do Brasil. Dentro de tal contexto, este trabalho propõe o uso da Inteligência Artificial (IA) para preencher as lacunas de informações deixadas durante o período de quarentena obrigatória, visto que não é possível realizar amostragens físicas retroativamente. Os modelos de IA foram alimentados por conjuntos de dados socioeconômicos e revelaram previsibilidade das propriedades físicas dos RSU produzidos na cidade.