A obtenção de parâmetros de resistência para a concepção de projetos geotécnicos enfrenta frequentemente desafios, visto que a realização de ensaios de laboratório é incomum devido aos custos adicionais associados. Nesse cenário, as correlações desempenham um papel crucial para estimar os valores de resistência do solo, na ausência de dados laboratoriais. Durante este estudo, foram analisados resultados de sondagens à percussão (SPT) e ensaios de cisalhamento direto realizados em 20 diferentes encostas da cidade do Recife. Em paralelo, foi calculado o ângulo de atrito para determinada camada de solo por meio das equações de correlações sugeridas por Godoy (1983), Teixeira (1996) e Hatanaka & Uchida (1996). Já para a coesão, foram aplicadas as equações de Berberian (2015) e Mayne (2016). De acordo com as análises comparativas realizadas, constatou-se que as correlações são eficientes e, quase sempre, propõem valores inferiores ou até mesmo bastante inferiores aos obtidos no ensaio de cisalhamento direto. A coesão tanto nas argilas quanto nas areias foi o parâmetro que mostrou maior discrepância entre os dados do laboratório e as correlações. Já o ângulo de atrito apresentou valores bem aproximados.