Rodovias em regiões serranas, em domínio de basaltos, na região central do Rio Grande do Sul são propensas a instabilidade de taludes devido ao intenso fraturamento dos maciços rochosos. As instabilidades são fenômenos recorrentes, colocando a segurança da via e dos usuários em risco e são pontos críticos para projetos e obras de engenharia, uma vez que estas rodovias são importantes corredores de carga e turismo. Este trabalho utilizou dados de projetos para estabilização de taludes rodoviários: foram estudados 43 taludes em rocha. O estudo teve como objetivo realizar a compartimentação dos taludes de basalto a partir de parâmetros geomecânicos, identificar os principais tipos de instabilidades: quedas de blocos a partir do talude, encostas a montante com potencial de rolamento de blocos, rupturas em cunha, planares e por tombamento e realizar uma análise da relação dos parâmetros geomecânicos e os índices de classificação de maciços rochosos. Os principais motivos para as instabilidades dos taludes foram: inclinações e métodos de escavação inadequadas ou mal dimensionados para a qualidade dos maciços, a abertura de fraturas a partir da vegetação e a falta de manutenção, de forma geral. Dos 43 taludes estudados, os problemas se distribuem em: quedas de blocos (93% dos casos), rupturas em cunha (52%), encostas a montante com potencial de rolamento de blocos (48%), rupturas planares (26%) e tombamento (26%). A comparação entre RMR e GSI obtidos de forma independente em campo resultou em uma correlação de 72% entre os dois parâmetros, considerada moderada a boa. A comparação entre os valores finais obtidos a de RMR e os valores individuais de cada parâmetro do RMR mostrou que a água é o parâmetro mais homogêneo em todos os taludes e os demais parâmetros variam de forma consistente, mas o RQD, o espaçamento e condições das fraturas é que diferenciam os taludes dentro do mesmo compartimento. Foram utilizadas soluções de remoção de vegetação e bate-chocos, abatimento de talude, malhas de chumbadores com tela de alta resistência, muros de espera e barreiras dinâmicas para quedas de blocos.