Em fevereiro de 2023, durante a estação chuvosa no estado do Rio de Janeiro, ocorreu uma ruptura com grande movimentação de massa em um aterro ferroviário de grande porte no município de Quatis. Essa ferrovia tem grande importância econômica, pois visa transportar minério de ferro do estado vizinho de Minas Gerais para o transporte portuário no Rio de Janeiro. A ruptura no aterro interrompeu a passagem de trens na região, exigindo um plano de ação para estabilização emergencial. Nesse contexto, um projeto foi realizado para estabilizar o talude e criar um desvio na ferrovia existente, a fim de retomar as operações ferroviárias no local. Foram realizadas visitas em campo para compreender o movimento que ocorreu e fazer um diagnóstico preliminar da ruptura. Além disso, foi desenvolvido um plano de investigação geotécnica e monitoramento do talude. O diagnóstico preliminar de campo indicou um fluxo significativo de água superficial e subterrânea no talvegue onde aterro foi construído. As condições da estrutura em campo contribuíram para a saturação do aterro, reduzindo a estabilidade global do talude. Neste intervalo de tempo foi realizado um projeto emergencial de estabilização do talude que reduziu as deformações e permitiu a execução do plano de investigação. Este plano foi utilizado para fomentar o modelo geomecânico elaborado que serviu de base para o dimensionamento das estruturas de contenção e drenagem para estabilização do aterro ferroviário.