Este artigo apresenta um estudo de caso real de uma estrutura de contenção construída em meados de 2009 no Bairro Mangabeiras, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil. Trata-se de um muro de arrimo convencional em concreto armado, formato L, projetado para suportar esforços à flexão. Ele possui comprimento longitudinal na ordem de 53 metros, altura na ordem de 2 metros e espessura aproximada de 30 centímetros. Possui também contrafortes aproximadamente a cada 2 metros com vistas a aumentar sua rigidez à flexão. Cerca de 7 metros da contenção sofreu colapso do tipo tombamento devido, provavelmente, a erros no dimensionamento geotécnico estrutural. Narrativas locais informaram que parte do muro apresentou sinais de instabilidade a partir do segundo semestre de 2018, e rompeu no início de 2019. Nessa época, o município enfrentava um dos maiores índices de pluviosidade já registrados nos últimos anos, favorecendo a saturação do terreno e consequentemente redução de seus parâmetros de resistência, culminando na movimentação do talude à montante. O objetivo deste artigo foi realizar uma retroanálise simplificada teórico-analítica dos principais motivos prováveis que ocasionaram o colapso geotécnico-estrutural da contenção. Por fim, a partir de uma análise iterativa obteve-se os parâmetros de resistencia do terreno na ocasião do tombamento.