Devido ao complexo subsolo da Região Metropolitana do Recife, do ponto de vista geotécnico, a escolha de estacas como solução para fundações é bastante frequente. A ocorrência de excentricidades executivas é recorrente, porem pouco estudada e analisada assim como os conceitos de confiabilidade, embora muito disseminados em outras engenharias como aeronáutica e de petróleo, ainda não são comumente utilizados pelos profissionais da área de geotécnica, que na maioria das vezes realizam apenas uma análise determinística (uso de um fator de segurança global) para os seus projetos, não garantindo, assim, um nível de segurança adequado e um grau de risco conhecido, isso porque a norma brasileira aplica a análise determinística, que consideram apenas as resistências médias e as solicitações médias e não consideram a variabilidade das grandezas envolvidas, ou aplica a avaliação do valor característico das resistências por meio dos coeficientes de ponderação, onde é possível avaliar o efeito da média e do menor valor de cálculo. Neste trabalho será exposto um estudo de um conjunto composto por 9 torres, localizada na Região Metropolitana do Recife, com fundações em estacas metálicas e mistas (pré-moldada de concreto com um perfil metálico na ponta) que apresentaram uma excentricidade média e máxima de 8,94cm e 126,92cm para estacas metálicas e 9,97cm e 46,17cm para as estacas mistas. Usando a metodologia sugerida por CINTRA e AOKI (2010) e AOKI (2011) para estimar a probabilidade de ruína, foi concluído que quando se considera o efeito da excentricidade, a probabilidade de ruína sempre aumenta, porém, o seu nível de influência depende da variabilidade do solo, quanto mais homogêneo é o solo maior a influência da excentricidade sobre a probabilidade de ruína. Através de índices propostos foi possível aferir que quando o coeficiente de variação das cargas resistentes é 50% maior do que o coeficiente de variação das cargas solicitantes a excentricidade executiva não possui tanta influência sobre a confiabilidade da obra.