As estacas metálicas helicoidais são vantajosas para projetos de fundação de torres de linhas de transmissão pois podem ser facilmente executadas em locais de difícil acesso, sendo capazes de resistir aos esforços tanto de compressão, quanto de tração. Quando solicitada à tração, a zona cilíndrica do solo formado entre as hélices é mobilizada e a capacidade de carga é variável e desconhecida, pois o solo que suporta o carregamento é o solo acima da hélice, perturbado pela instalação. Uma forma de compreender o comportamento desse material durante o carregamento é através da instrumentação. Esse recurso contribui para interpretação correta dos resultados, pois é capaz de detalhar como as cargas são resistidas nas hélices e na haste central separadamente. Neste estudo, uma estaca metálica helicoidal instrumentada, composta por quatro hélices de diâmetros crescentes (254,0 mm - hélice 1, 304,8 mm - hélice 2 e 355,6 mm - hélices 3 e 4), instalada com 14,74 m de comprimento, em um perfil de solo argilo-sitoso a silte-arenoso residual da cidade de Contagem/MG, foi submetida à tração em uma prova de carga estática. O tubo da haste central da estaca possui diâmetro de 101,6 mm, com parede de espessura de 7,1 mm; enquanto a chapa das hélices possui espessura de 12,7 mm. A instrumentação com extensômetros elétricos (“strain gages”) foi realizada em quatro seções, sendo dispostos quatro extensômetros acima de cada hélice, diametralmente opostos entre si ao longo do eixo da estaca. Para prever a capacidade de carga da fundação instrumentada, utilizou-se o método de Kanai (2007), que correlaciona a capacidade de carga individual das hélices diretamente com valores de NSPT. O resultado previsto se mostrou conservador comparado ao valor da carga de ruptura obtida experimentalmente, considerando-se o critério de ruptura da norma AC 358 (ICCES, 2012). A instrumentação forneceu resultados satisfatórios de transferência de carga, e indicou que a terceira hélice foi responsável por resistir maior carga durante o ensaio, enquanto que a hélice da ponta mobilizou maiores tensões em carregamentos maiores.