As cargas residuais surgem ao longo das estacas cravadas à percussão ou prensadas, assim como em qualquer tipo de estaca submetida a carregamento prévio, como após provas de carga convencional ou ensaios de carregamento dinâmico. Embora não afetem a capacidade de carga das estacas (estado limite último), as cargas residuais alteram a transferência de carga e, portanto, o recalque para o estado limite de serviço. Desconsiderar essas cargas resulta em uma previsão de recalque maior do quando são consideradas. No caso de fundações mistas elas afetam a partição das cargas entre os diferentes elementos de fundação. Este artigo aborda dois métodos, Decourt (1991) e Massad et al. (1998), que permitem separar as parcelas da carga transferida por atrito lateral, ponta e a residual aprisionada na ponta, a partir da curva carga recalque no topo da estaca obtida em provas de carga. Os casos estudados por Decourt (1991) foram reinterpretados através do modelo matemático de Massad et al. (1998) com o objetivo de comparar ambos os métodos. Vale destacar que estas estacas apresentaram comportamento rígido. Por fim, conclui-se que a interpretação dos ensaios pelo modelo de Massad apresenta muita concordância com resultados anteriores de Decourt.