A escolha do tipo de fundação é uma das principais etapas na elaboração de um projeto de fundação. Uma investigação geotécnica de qualidade, um bom estudo das condições de contorno e a execução de uma campanha de testes de carga antes da emissão do projeto executivo da fundação são essenciais para fornecer a melhor informação possível e para que o projeto seja bem dimensionado. Este artigo tem como objetivo apresentar um estudo de caso de uma obra em Canaã dos Carajás-PA, cuja parte do projeto executivo de fundação era composta por estacas tipo escavadas com utilização de fluido estabilizador (Ø1,0m), mas, durante a execução da estaqueamento, a empresa executora comprovou que existe a possibilidade de substituição da metodologia executiva pelo tipo hélice contínua monitorada (Ø1,0m), com as estacas mobilizando igual ou maior capacidade de carga geotécnica, reduzindo o comprimento útil do fuste, o peso do armadura de aço e volume de concreto, além, principalmente, do tempo de execução. Após a confirmação da possibilidade de atingir os comprimentos úteis dimensionados por métodos semi-empíricos, foram realizados ensaios de carga dinâmica e ensaios de carga estática, que comprovaram a mobilização da capacidade de carga mínima exigida. A substituição da metodologia executiva das fundações trouxe redução de 2,5% no comprimento perfurado, 26,9% no peso do aço, 4,3% no volume de concreto e 62,5% no tempo de execução. Portanto, verifica-se que os avanços na tecnologia de sondas de perfuração que executam estacas helicoidais contínuas monitoradas trouxeram um aumento na capacidade de perfuração em solos competentes, promovendo a viabilidade da metodologia em cenários utópicos de anos atrás.