O monitoramento geoambiental continuado de aterros sanitários de resíduos sólidos urbanos possibilita a identificação a longo prazo de um planejamento mais sustentável com técnicas de remediação da contaminação do subsolo, e avaliação do comportamento mecânico, hidráulico e ambiental. No Brasil, o encerramento dos lixões é uma questão que arrasta-se sem solução eficaz desde 2014, marco determinado pela Política Nacional de Resíduos Sólidos para fim deste problema. Em Bauru, interior do estado de São Paulo, desde 2002 estão sendo realizados ensaios para investigação e monitoramento geoambiental do aterro municipal, cuja operação iniciou-se em 1993 e encerrou-se em 2016. Nestas duas últimas décadas, foram realizados os seguintes ensaios: geofísica de superfície (métodos de eletrorresistividade e polarização induzida), piezocone (CPTU), piezocone de resistividade (RCPTU), poço de monitoramento para verificação dos níveis d´água subterrânea e fluxo de contaminantes, e sondagem de simples reconhecimento na fase de implantação do aterro (SPT). Foram realizadas 16 campanhas de sondagens de ensaio de piezocone, sendo algumas dessas com uso do sensor de resistividade (RCPTU) no entorno do aterro. Foram realizadas coleta de solo e água subterrânea para caracterização direta e a resistividade elétrica do solo determinada através dos ensaios RCPTU, geofísica de superfície e das águas subterrâneas por meio de poços de monitoramento. A interpretação dos resultados aponta para a zona não saturada uma faixa de variação de resistividade elétrica entre 200 a 900 ohm.m, para a zona saturada do solo um intervalo de 23 a 111 ohm.m e para as águas subterrâneas valores entre 6,7 e 1041 ohm.m.