O aumento de resíduos sólidos urbanos descartados e seus possíveis métodos de disposição final representam uma problemática na gestão dos municípios. Os aterros sanitários se apresentam como solução geotécnica adequada, por confinarem os rejeitos urbanos sob camadas de solo impermeabilizantes, garantindo assim, que a degradação ao longo do tempo ocorra sem danos ao meio ou a saúde da população. No intuito de verificar o comportamento e a segurança desse tipo de obra, o presente estudo buscou analisar as propriedades dos solos empregados nas camadas de base e cobertura do aterro sanitário de Salgueiro-PE. Utilizando como metodologia a realização de ensaios laboratoriais de caracterização física, compactação, e adensamento, e ainda verificando a influência desses parâmetros nas condições de percolação in situ. Em laboratório, constatou-se que os solos apresentaram baixos potenciais de deformação vertical, variando de 5 a 7%, sendo classificados como argilosos de baixa compressibilidade. Baseando-se nos resultados mecânicos, presumiu-se que em campo haja boa resistência à infiltração de águas pluviais, assim como baixa percolação do lixiviado no interior das células. Porém, a ausência de equipamentos de qualidade no controle e monitoramento de recalques e permeabilidade in loco, pode comprometer as previsões de capacidade e tempo de vida útil do aterro.