Em 2019, a mineração brasileira contribuiu com aproximadamente 18,9% do processamento global de minérios, totalizando 2,4 bilhões de toneladas. Contudo, as atividades de processamento mineral geram rejeitos que, ao serem depositados em barragens, apresentam riscos potenciais de ruptura e contaminação do solo e das águas subterrâneas. Uma abordagem promissora para tratar e valorizar esses rejeitos é a estabilização/solidificação com ligantes álcali-ativados (LAA), resultantes da ativação alcalina de resíduos industriais ou agroindustriais. Nesse contexto, esta pesquisa foca na estabilização de rejeitos de mineração de ferro com um LAA derivado de cinza de casca de arroz (CCA) e cal de casca de ovo hidratada (CCOH). O LAA é composto por uma relação CCA/CCOH de 80/20 e solução de hidróxido de sódio como ativador alcalino (2,61% NaO). Corpos de prova cilíndricos foram moldados considerando diferentes teores de LAA, teores de umidade, pesos específicos e tempos de cura. Os resultados dos ensaios de resistência à compressão simples indicam que a mistura rejeito-LAA com maior teor de ligante e peso específico apresentou maior resistência, atingindo 2,16 MPa em 28 dias. Esse aumento da resistência do rejeito com LAA sugere potenciais aplicações em projetos de engenharia, como subleito de pavimentos e assentamento de tubulações.