Este artigo apresenta a comparação de valores de resistência ao cisalhamento não drenada (Su) obtidos através de ensaios CPTu e palheta em reservatório de rejeito de processamento de bauxita (lama vermelha) no Brasil. Através do ensaio de palheta, foi possível obter, de maneira direta, a Su em profundidades especificadas. Através do ensaio CPTu não drenado, foi possível obter um perfil contínuo deste parâmetro ao longo da profundidade. O fator de capacidade de carga baseado na resistência de ponta medida no cone (Nkt), que é utilizado na formulação para determinar a Su a partir dos ensaios CPTu, foi determinado tanto por meio de calibração utilizando os próprios resultados do ensaio de palheta como, também, conforme as propostas de Robertson (2012) e Mayne e Peuchen (2018). Verificou-se que, em termos médios, as menores variações entre o perfil contínuo de Su estimado com o ensaio CPTu em comparação com os resultados pontuais de Su fornecidos pelo ensaio de palheta foram obtidas com o uso do fator Nkt estimado conforme proposto por Robertson (2012) quando o material se apresentava como mais argiloso (mais de 60% de fração argila). Porém, quando o material ensaiado apresentou em torno de 40% de fração argila, o melhor ajuste do perfil contínuo de Su ao longo da profundidade via ensaio CPTu com as medições feitas pelo ensaio de palheta foi obtido utilizando o fator Nkt calibrado a partir dos resultados do ensaio de palheta.