Ao longo do tempo, algumas estruturas geotécnicas foram construídas sobre fundações com capacidade de suporte relativamente baixa. Embora análises com parâmetros drenados inicialmente atendessem às normativas desse tipo de estrutura, as resoluções 13 e 95 da Agência Nacional de Mineração, emitidas em 2019 e 2020, respectivamente, impuseram novos critérios, exigindo fatores de segurança superiores a 1,3 e análises com parâmetros não drenados. Isso se deveu, em parte, à ruptura de Corrégo do Feijão, destacando a necessidade de revisão das práticas adotadas e da solução de reforço ou melhoramento das estruturas em condições de instabilidade. Nesse sentido, sabe-se que materiais sujeitos a parâmetros não drenados podem apresentar rupturas rápidas sob certas condições, como aumento abrupto de cargas ou sismos, devido ao acúmulo rápido de poropressões. Assim, uma das soluções para a dissipação do excesso de poropressões e melhoramento da fundação dessas barragens seria a adoção de geodrenos, que funcionam dissipando a água interior para a superfície. Este artigo trata de um estudo de caso no qual a fundação da estrutura apresentava as características supracitadas e, como solução para o problema, foram aplicados geodrenos nas regiões de saturação onde o material apresentava comportamento não drenado. Ainda, antes e após a instalação dos geodrenos, foram executados ensaios CPTu, que revelaram uma redução significativa do excesso de poropressões durante a execução do ensaio, evidenciando o potencial dos geodrenos como método de reforço e melhoria da segurança em estruturas geotécnicas.